"Eu hoje joguei tanta coisa fora
E vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias, gente que foi
embora
A casa fica bem melhor assim."
Quando
li o exercício do Desapego a Raça proposto pela Vanessa Tobias, minha mestra, do Curso Life Coaching, de Florianópolis/SC, pensei incialmente: “isso vai ser difícil”.
Imprimi, e guardei para o dia seguinte.
Quando
acordei, pensei: “vou começar depois do café.”
Durante
o café, fui pensando nas coisas que poderia me desfazer e fui buscando na
memória várias delas.
Primeiro
achei que não daria 50, mas apenas umas 5 coisas. E então, assim que terminei meu chá matinal, comecei.
Em
primeiro lugar, separei algumas roupas de frio, que já estavam meio gastas pelo
tempo, pois algumas, eu colecionava desde os meus 15 anos de idade...
já eram de estimação. Foi difícil me desfazer delas, mas consegui.
Outra, era
presente antigo, da época da faculdade, quando tinha meus 22 anos. Nunca fui me
desfazendo daquilo, porque estava em bom estado, mas me fazia lembrar de um
passado há muito adormecido, e que eu não queria mais mexer.
E
quanto mais eu tirava, mas coisas achava.
Depois
das roupas, foram os pijamas (também muito antigos), os vestidos, os cintos, as
lingeries (essas últimas foram para o lixo).
Em
seguida, mergulhei no universo dos acessórios. Fui olhar minha caixinha de
bijouterias, e descobri que ali havia uma imensidão de coisas que não usava e
nunca usei. Guardei, simplesmente, porque eram presentes, mas que muitos não
faziam o meu gosto. E fui guardando por consideração. A medida que tirava, ia
encontrando, relógios, colares, broches, tiaras, pulseiras. E assim, fui me
desfazendo de algumas coisas. A maioria vai para doação. Outros darei de
presente, já que se encontram em perfeito estado e nunca foram usados.
Logo,
encontrei também sapatos. Esses que
mesmo lindos e em perfeito estado, muito me acompanharam, mas foram pouco
usados, devido ao desconforto que me causavam. Então, peguei todos aqueles
saltos, e pensei: é agora! Vão para doação! E outros, como presente.
Retirei
alguns livros (pois já havia feito uma limpa em vários deles, no começo do
ano), pequenos objetos de decoração (que não combinam mais em nada com o
ambiente em que vivo), imagens religiosas (doarei tudo, já que estou mais
acordada para a espiritualidade, do que para religiosidade), CDs, DVDs, jogos
de Wii (que foram comprados na Europa, mas que não tiveram qualquer utilidade
em nosso aparelho americano), toalhas e roupas de cama (irão para doação),
toalha de mesa (doação), quadros,
óculos, caixas, incensário, porta retrato, travesseiro, lixeira, tapete,
guirlanda de Natal, ursinho de pelúcia, árvore de Natal, baralho de tarô (já tive meu lado esotérica!). Itens
todos doados.
Outros
tantos, foram para o lixo reciclado: pinças, corta unhas, alicates de unha,
modelador de cílios, pedacinhos de velas, cosméticos vencidos, maquiagens
vencidas, remédios com validade já estourada, óleos aromáticos e incensos
(todos vencidos).
E
ainda, uma máquina digital velha, que estragou. Não sei se há concerto. E não
sei o que fazer com ela. Não sei se darei ao reciclado ou doarei.
Puxa!
E eu que tinha começado esse desapego, bem descrente que encontraria 5 itens,
encontrei exatamente os 50! Perdi o horário da ginástica, na academia, pois
passei a manhã inteira fazendo o exercício. Mas em compensação fiz uma
ginástica mental e com o coração. Deixando meu ambiente mais leve, minha
consciência menos carregada e minha alma mais alegre, pois sei que muitos se
beneficiaram das coisas que doarei.
Esse
exercício deveria ser praticado a cada 6 meses ou pelo menos a cada ano, para
que possamos refletir sobre o quanto acumulamos coisas desnecessárias as nossas
vidas. Que ficam preenchendo gavetas, armários e a alma.
Assim,
deveríamos fazer também com nossos sentimentos e pensamentos. Livrar-nos
daqueles que são desnecessários a nossa vida. E que apenas ocupam os lugares
onde os sentimentos e pensamentos novos deveriam fazer parte. Outros tantos
bons sentimentos, que carregamos conosco, poderiam ser doados mais vezes, mas
que tantas vezes nos esquecemos em algum canto, por falta de tempo,
desinteresse ou mesmo covardia.
Ontem,
assistindo com o meu marido, mais uma palestra da Laura Botelho, sobre percepção
o EGO=EU; percepção sobre a importância do equilíbrio das emoções; como as
frequências vibratórias nos afetam e outras tantas coisas, comecei a entender que
preciso deixar ir alguns sentimentos. Mas para isso preciso desenvolver outros,
para que esses que quero me livrar, não voltem ou fiquem impregnados em minhas
células e repassem essas informações que herdei geneticamente, no seio familiar,
e no minha formação social (escola, amigos, imagens midiáticas) para as
próximas gerações.
Percebi
então, o quanto preciso estar mais atenta, mais conexa ao que desejo. Manter
uma regularidade nos hábitos, nas metas que desejo conquistar, manter uma ordem
e gerar um bem estar em minha vida. Por isso, estou buscando meu
autodesenvolvimento. E acredito que isso me levará a abrir portas para as
demais áreas da vida.
Refletindo
sobre isso, estou me livrando de sentimentos como: MEDO, RAIVA, RUMINAÇÃO DE
PENSAMENTOS NEGATIVOS SOBRE AS PESSOAS COM QUEM CONVIVO, DESCRENÇA NAS PESSOAS
AO MEU REDOR, NERVOSISMO INCONTROLÁVEL
QUANDO AS EMOÇOES ESTÃO ABALADAS.
Doarei
mais palavras amigas, mais ideias, mais ajuda, mais esperança, mais iluminação
e formas novas de perceber o mundo. Agradecerei mais.
Fazer o exercício do desapego a raça foi uma atividade
dolorosa/prazerosa. Revivi os papéis e
objetos guardados na alma. Encontrei o passado, rasguei aquilo que queria
apagar da vida, guardei com cuidado o que queria ter mantido, joguei fora o que
não me fazia sentido. Abri as gavetas há muito fechadas, levantei poeira pelo
cômodo. Acordei emoções que dormiam em alguma gaveta da alma. Encontrei muitos
"eus". Eu que queria mudar o mundo, na "Revolução da
sustentabilidade e dos créditos de carbono. Eu que tentava me encontrar no
esoterismo ou na religiosidade. Eu estudante que mudaria o mundo por conta da
minha dissertação de mestrado. De quantos "eus" me faço e junto os
pedaços para encontrar uma face que de tantas tem uma só certeza: sanidade é
opção diária e exige esforço contínuo. E esse exercício de me ser é por vezes
dolorido, pois quanto de mim tenho de abandonar. E abandono fazendo uma grande
faxina, na casa e na alma.
Taís Carolina Seibt Rick.
"Sanidade é opção diária e exige esforço contínuo". Brilhante Taís!! Acredito que essa é a árdua tarefa do auto-conhecimento e aperfeiçoamento: cada momento exige um eu, o que eu era antes, não necessariamente é o ideal para o eu agora. Logo, cada momento ou fase da vida necessita de um outro "eu". E é aí que o desapego, material ou imaterial, é instrumento de renovação de forças e energias para não nos prendermos a idéias e conceitos do passado que nos façam deixar de aproveitar o presente, e plantar agora as sementes para colher os frutos no futuro. Abraço!
ResponderExcluirObrigada pelo belíssimo e importante comentário!!! Agradeço muito por ter você em minha vida! Beijão, meu amigo!
ExcluirTaís estou fazendo o desapego a 3 semanas, tbm estou fazendo o coaching da Vanessa com a Dani Melere. Muito bom esse desapego, está me ajudando muito, to tirandi kilos e passado de dentro de mim que ja não me servem mais. Bjão !!!
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