"Quando você chegar ao seu futuro, vai culpar o seu passado"? (Robert Half)

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Qual a religião correta?




Diariamente alguém vem a mim propagando a sua religião como a certa e o seu Deus como o único verdadeiro. Não é preciso dizer que, para essas pessoas as outras religiões ou seitas estão erradas. Mas, será que existe uma religião correta?

Quando eles pedem minha opinião, simplesmente digo que, enquanto a sua religião, sua crença ou sua filosofia de vida estiverem lhe fazendo bem, fique com ela. Ela é a correta para você. Quando não estiver mais lhe acrescentado nada, saia ou mude para outra. Através da sua experiência com diversas religiões, você vai perceber que a religião em si não é a meta. A meta é atingir a sua religiosidade intrínseca, independente de toadas as religiões. E para isto é importante experimentar e ao mesmo tempo, duvidar do que dizem todas as religiões.

Vou colocar algumas ideias para que você busque suas próprias conclusões.

Esta semana vi um DVD do professor Laércio Fonseca, sobre Física Quântica e Espiritualidade. Em uma das partes desse vídeo ele tenta provar a existência de Deus através de fórmulas como E=mc2. A teoria dele é muito boa. Ele tenta demonstrar cientificamente a existência de campos energéticos e como esses campos interagem entre si. Isto é, ele tenta mostrar que todos nós estamos interagindo a cada instante, tendo ou não consciência disso. Mostra, também, através de fórmulas matemáticas, a existência de vários níveis de consciência e como esses vários níveis estão todos coexistindo ao mesmo tempo.

Certo. Mas concluir daí que Deus existe, acho que foi querer forçar um pouco demais. Na verdade, ele poderia, com a mesma teoria concluir e tentar provar a inexistência de Deus. Porque se Deus é o somatório de todas as consciências nos seu múltiplos universos, por dedução lógica, Deus não existe. Se Deus é tudo, isto prova simplesmente a inexistência de um Deus individualizado.

Trazendo essa questão não estou querendo absolutamente provar que estou correta ou errada. Quero apenas levantar questões para que sejamos mais inquiridores, mais questionadores e não acreditemos numa primeira dedução lógica. Na verdade acredito que cada um de nós deva tirar suas próprias conclusões individualmente. Aí sim, teremos um mundo de indivíduos. Cada um vivendo a sua própria consciência individualizada.

O grande “mal” de todas as religiões é simplesmente que elas querem se apropriar da “verdade”. Mas eu pergunto: a quem pertence a verdade? Você já se fez essa pergunta? Minha percepção é que enquanto estivermos seccionando a verdade em fracções com nomes e teorias diferentes, ainda estaremos vivendo no campo do ego (ÍSMO) e das crenças. A verdade, na minha percepção, está muito além de todas as crenças e todos os mandamentos. Enquanto se criarem regras e filosofias para definir a verdade, estaremos vivendo numa grande mentira.

Osho assim diz, “É uma coisa estranha que a verdade não seja democrática. Não será decidido por votações o que é verdade ou não; senão nunca poderemos chegar a qualquer verdade, de forma alguma. As pessoas votarão naquilo que é confortável, e as mentiras são muito confortáveis porque você não tem que fazer nada com elas, você só tem que acreditar. A verdade precisa de grande esforço, descoberta, risco... e caminhar sozinho por um caminho que ninguém jamais viajou antes”. E complemento: e que poucos ainda estão dispostos a percorrer sozinhos.

Mas, volto a enfatizar o que digo para meus amigos e parentes: enquanto essa religião, isto é, essa fracção da verdade estiver sendo boa para você, aproveite. Aprenda o que de positivo ela pode trazer para a sua vida. No dia seguinte, agradeça e siga o seu caminho.

Mas, por favor, não fique pregando essa meia-verdade religiosa, como se ela fosse a verdade suprema. Porque, nesse momento, você caiu na armadilha de alguns ladinos que se utilizam de um pouco mais de esperteza e poder de persuasão para lhe iludir e lhe aprisionar. E muitas vezes isso é feito com a melhor das intenções, porém, inconscientemente.

Nenhuma experiência mística, visão espiritual, vozes do além, saídas do corpo, nada disso pode ser confundido com a verdade. Tudo isso são apenas experiências que se bem utilizadas apontam para uma consciência maior.

Lembre-se de que você vê aquilo que quer ver e sente aquilo que quer sentir. Pensamento gera sentimento que gera resultado. Isso não tem nada a ver com a verdade. Lindas mensagens de amor e compaixão vindas do “além” são palavras vazias quando interpretadas por uma mente condicionada por crenças ou sentidas por um coração que não conhece o que é amor.

Então, não se vanglorie caso você seja dotado da capacidade de ver ou ouvir entes ou mensagens espirituais. Não há nada de especial nisso. Essas são apenas imagens ou símbolos que seu inconsciente encontrou para se comunicar com talvez, em uma possibilidade, outros níveis de consciência. Nada de extraordinário. Aproveite esse potencial para seguir seu caminho em busca da sua própria verdade: aquela que verdadeiramente liberta. Enquanto você estiver preso a conceitos ou crenças, você estará vivendo em um cárcere.

E, finalmente, como posso saber se minha religião é correta para mim?

Existe uma maneira bem simples de descobrir se os ensinamentos religiosos estão lhe fazendo bem ou estão interrompendo a sua busca espiritual. A fórmula é: perceba a cada momento se você se sente mais livre, mais feliz e mais realizado; ou ao contrário, mais sério, mais pesado e cheio de crenças e “verdades”. Caso você se sinta mais leve, feliz e em paz, a sua religião ou filosofia ainda tem algo para lhe dar. Mas, quando você sentir que após algum tempo de experiência o que ficou foi um peso e uma promessa de que no futuro será melhor, pule fora.

E uma dica do grande pensador Osho: “ E para mim, seriedade é uma doença; e o senso de humor torna você mais humano, mais humilde. O senso de humor – de acordo comigo, é uma das partes mais essências da religiosidade.”

Na minha percepção, a verdadeira religião não acredita no futuro. Ela vive somente no presente. Ela descobriu que Deus está diluído na própria Existência. Percebo que só existe uma vida, só existe um mundo, só existe esse momento. Se sua religião prega promessas de realizações em um futuro distante, ela não sabe. Promessa é uma forma ladina de adiar suas aspirações verdadeiras para um futuro que não existe. “Amanhã você saberá,  “amanhã você será mais feliz” e “em breve, eu voltarei”, e esse amanhã e esse breve, nunca chegam. Eles nunca chegam, simplesmente, porque esse amanhã e esse breve realmente não existem.

Namastê  (O Deus que habita em mim, saúda o Deus que habita em você).




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