"Quando você chegar ao seu futuro, vai culpar o seu passado"? (Robert Half)

domingo, 19 de fevereiro de 2012

2012, 2013 - A NASA e as Tempestades Solares


A NASA acredita que pode tomar medidas para nos proteger de tempestades solares. Esse tipo de evento, durante a qual um chuveiro de partículas de alta energia golpeia o planeta, provocando apagões e todos os tipos de distúrbios elétricos poderia ser previsto em tempo suficiente para tomar medidas para minimizar seus efeitos. Um sistema de alerta constituído pela nave espacial SOHO e pelas sondas gêmeas STEREO da NASA, nos permitiriam fazer um modelo 3D do fenômeno e desconectar os sistemas essenciais antes que sejam afetados.

As estatísticas mostram que a cada cem anos ocorre uma tempestade solar poderosa o suficiente para tingir o céu da Terra com deslumbrantes auroras vermelho-sangue. Lamentavelmente, esse tipo de fenômeno não se limita à produção de espetáculos visuais assustadores, mas afeta o funcionamento de bússolas e satélites, produz apagões, interfere nas redes de telecomunicações e afeta quase todos os equipamentos eletrônicos que a nossa civilização usa diariamente.

Felizmente a maioria das tempestades solares não são suficientemente grandes para causar efeitos do tipo “Hollywood", mas algumas delas podem realmente nos trazer problemas. Em 1859, por exemplo, ocorreu o chamado "Evento Carrington", uma super tempestade solar que interrompeu o tráfego telegráfico, tendo até mesmo queimado alguns de seus escritórios. Se um evento semelhante ocorresse no mundo atual, as perdas econômicas e de vidas humanas seriam enormes.

Desconecte o tempo

Um relatório divulgado pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos em 2008, advertiu que, se uma tempestade solar "importante" se produzisse na atualidade, experimentaríamos apagões generalizados de eletricidade, inclusive seriam danificados muitos dos principais transformadores usados nas redes distribuição de energia elétrica. Para evitar isso, a NASA está trabalhando em um projeto chamado "ESCUDO SOLAR" (Solar Shield), destinado a alertar as empresas de distribuição de eletricidade sobre a possibilidade de um evento deste tipo com o tempo suficiente para realizar a parada preventiva de seus sistemas.

De acordo com Antti Pulkkinen, um pesquisador da Universidade Católica da América, que trabalha no Goddard Space Flight Center da Nasa, "Solar Shield é um sistema de segurança, novo e experimental, aplicado à rede de distribuição de eletricidade na América do Norte. Nós acreditamos que ele pode ser útil para desconectar a tempo transformadores específicos a partir das previsões das quais eles poderiam ser afetados por uma tempestade solar.”

A causa do mau funcionamento das redes elétricas durante esses eventos tem sua origem em um efeito conhecido como GIC (Geomagnetically Induced Current ou Corrente Induzida Geomagneticamente). Quando a nuvem de partículas de partículas solares geradas durante uma tempestade atinge o campo magnético da Terra faz com que ela comece a "tremer". Essas vibrações magnéticas induzem correntes em todas as regiões da atmosfera, sobrecarregando circuitos, interruptores e, em casos extremos, derretendo as bobinas dos transformadores elétricos.

As "tempestades Halloween"

Isso já aconteceu na história recente: uma tempestade geomagnética muito menos grave que o Evento Carrington deixou sem energia elétrica durante nove horas toda a província canadense de Quebec em 13 de março de 1989. Nesse dia foram danificados transformadores em Quebec, Nova Jersey e Grã-Bretanha, contabilizando-se mais de 200 anomalias na rede de distribuição elétrica de vários países. Em outubro de 2003 as "tempestades de Halloween" provocaram apagões em várias áreas do sul da Suécia e da África.

Por terríveis que pareçam estes casos, o fato é que nenhuma dessas tempestades podem ser comparadas com o "Evento Carrington", e de acordo com a North American Electric Reliability Corporation (NERC) e o Departamento de Energia dos EUA os sistemas modernos de distribuição de energia são ainda mais sensíveis ao GIC. O projeto da NASA poderia evitar estes problemas. Pulkkinen explica que “o escudo solar entra em ação quando se detecta uma ejeção de massa coronal (CME – Coronal Mass Ejection) no sol. As imagens fornecidas pela SOHO e as sondas gêmeas STEREO da NASA nos mostram a nuvem de partículas de três pontos de vista, o que nos permite fazer um modelo 3D da CME, e prever quando ela vai chegar”. Essas partículas demoram entre 24 e 48 horas para chegar à Terra, um tempo precioso pode ser usado para calcular a hora e o lugar onde atingirá nosso planeta. Com esses dados, as empresas de distribuição de energia podem desligar seus transformadores para protegê-los.

Os preparativos para 2012

Pulkkinen esclarece que o "Escudo Solar" é, por hora, um sistema experimental e que nunca foi testado durante uma tempestade geomagnética real. Várias empresas distribuidoras têm instalado monitores em locais-chave de suas redes para apoiar a equipe da NASA em suas previsões. Como nos últimos anos a atividade solar tem sido pequena e foram detectadas apenas algumas tempestades relativamente leves durante o ano passado, o sistema não foi testado a fundo. "Gostaríamos que mais empresas relacionadas com a energia se unissem à nossa equipe de investigação", diz Pulkkinen. "Quanto mais dados obtivermos, mais rápido poderemos testar e melhorar o Escudo Solar." O próximo pico de tempestades solares, que têm uma periodicidade aproximada de 11 anos, é esperado em algum momento de 2012 ou 2013, pois que a implementação desse projeto pode ser crucial.

2 comentários:

  1. amei o site mas a lista de musicas devia ter mais itens mas muito bom o site...amei e meu trabalho foi o terceiro melhor.

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    1. concordo plenamente com as listas de musica foi mal ai

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