Por Deborah Zabarenko
WASHINGTON, 7 Mar (Reuters) - Uma forte
tempestade geomagnética originária do Sol deve chegar na quinta-feira à
Terra, onde pode afetar redes elétricas, transportes aéreos e aparelhos
de GPS, segundo especialistas norte-americanos.
A tempestade - uma gigantesca nuvem de
partículas expelida pelo Sol a cerca de 7,2 milhões de quilômetros por
hora - foi provocada por duas erupções solares, de acordo com os
cientistas.
Essa é provavelmente a mais violenta tempestade
solar em quase seis anos, superando uma semelhante no final de janeiro,
segundo Joseph Kunches, um "meteorologista espacial" que trabalha na
Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA).
A perturbação solar, segundo Kunches, tem três estágios, dos quais dois já estão afetando a Terra.
Primeiro, duas labaredas solares, movendo-se
quase à velocidade da luz, chegaram à Terra, na noite de terça-feira.
Elas podem afetar transmissões de rádio.
Em seguida, a radiação solar atingiu, na
quarta-feira, o campo magnético terrestre, com possível impacto sobre o
tráfego aéreo, especialmente perto dos polos. Satélites e astronautas em
caminhadas espaciais também estão sujeitos aos efeitos dessa fase, que
pode durar vários dias.
Finalmente, a nuvem de plasma emitida pela
ejeção de massa coronal - que é basicamente um pedaço grande da
atmosfera solar - deve chegar na manhã de quinta-feira à Terra.
Essa fase pode afetar o funcionamento de redes
elétricas, satélites, oleodutos de GPSs de alta precisão usados em
certas operações petrolíferas e agrícolas, segundo os cientistas.
O GPS comum, como o dos carros, não deve ser afetado, segundo Doug Biesiecker, da NOAA.
Kunches disse que o componente geomagnético da
tempestade pode se antecipar um pouco por ocorrer logo depois de uma
tempestade anterior, que saiu do Sol no domingo e está atualmente
castigando a magnetosfera terrestre.
"Quando você já teve uma tempestade de ejeção de
massa coronal, às vezes a próxima tempestade de ejeção de massa coronal
é mais rápida em chegar aqui", disse Kunches.
As tempestades podem produzir vívidas auroras
polares. No Hemisfério Norte, o fenômeno poderia ser visto até em
latitudes médias, como em Nova York.
Cientistas dizem que o Sol está numa fase de atividade ascendente no seu ciclo de 11 anos, e o pico está previsto para 2012.
Fonte: G1.com.br
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